Até o século XVIII nem se discutia que a criação especial divina é que era a responsável pela formação de cada ser vivente. Cada espécie, animal ou vegetal, teria sido criado pelo Criador de maneira independente, e jamais sofreria qualquer modificação. Usa-se o termo fixismo para descrever esta idéia de que as espécies biológicas são fixas e imutáveis. Nos fins do século XVIII, começaram a surgir outras idéias sobre a diversidade das espécies. Surgiu, assim, a explicação para a grande variedade de seres vivos através da transmutação das espécies ou transformismo, hoje chamado de Evolucionismo. As principais teorias para explicar a Evolução são o Lamarckismo, o Darwinismo e o Neodarwinismo.
Aqui daremos ênfase ao Darwinismo e Neodarwinismo como uma “homenagem”
Em 2009, comemoramos o bicentenário de Charles Darwin e 150 anos de publicação de seu livro “Origem das Espécies”, uma das mais importantes obras no campo da Biologia.
Charles Robert Darwin (1809-1882) foi um naturalista britânico que elaborou a Teoria da Evolução. Em 1859, publicou o livro “A Origem das Espécies”, que foi um marco e provocou grandes mudanças nos estudos científicos. O seu estudo passa a influenciar conhecimentos e pensamentos em todas as áreas nos séculos seguintes. No livro, ele introduz a idéia de evolução a partir de um ancestral comum, por meio de seleção natural. O professor de História da Ciência do Instituto de Biologia da UFBA, Charbel El-Hani, diz “Com esse estudo, Darwin inaugurou a Biologia moderna e o evolucionismo passa a ser um conceito central da área. A Teoria da Evolução é parte importante do legado cultural da humanidade, pois ele altera o jeito como enxergamos a natureza”.
Darwin queria entender a origem da vida. Vários fatores o influenciaram a propor a sua teoria. Entre 1831 e 1836, o naturalista parte em uma viagem pelo mundo: Plymouth e Londres –Inglaterra, Salvador – Brasil, Ponta Alta – Argentina, Ilhas Galápagos – Equador, são uns dos lugares onde desenvolveu sua pesquisa e observou a variabilidade das espécies. Essa viagem deu-lhe uma visão mais profunda da natureza e as inúmeras observações feitas sugeriram-lhe duas idéias básicas sobre a evolução:
- a idéia da variabilidade das espécies.
- a idéia de que as espécies atuais podem ter tido antepassados comuns.
Além desta viagem, também muito influenciou Charles Darwin a leitura de dois livros: "Ensaio sobre o principio da população" de Thomas Robert Malthus e "Princípios de Geologia" de Charles Lyell.
Malthus, no seu livro, afirmava que a população humana cresce em progressão geométrica, enquanto os meios de subsistência crescem em progressão aritmética. Isto inspirou em Darwin a idéia de "luta pela sobrevivência" e sua conseqüência lógica, a "seleção natural", determinada pelo triunfo dos mais aptos. O livro de Lyell afirmava que "o efeito lento, constante e cumulativo das forças naturais produz modificações contínuas na história da Terra". As implicações biológicas desta teoria de Lyell para Darwin eram bem evidentes: se a Terra tinha uma história longa e contínua, e se a explicação dos eventos legíveis no registro geológico não demanda outras forças, além de fatores físicos, não teriam os organismos vivos uma história semelhante?
A explicação da evolução, segundo Darwin, pode ser assim resumida:
- Os seres vivos sofrem, constantemente, modificações ocasionais.
- De acordo com o ambiente onde vivem, estas modificações poderiam ser favoráveis ou desfavoráveis a sua sobrevivência.
- Existe constante competição, luta pela sobrevivência, entre os seres vivos.
- Aqueles, que, porventura, adquiriram características favoráveis têm melhor chance de sobreviverem a esta competição.
- Aqueles que adquiriram, ao acaso, características desfavoráveis não sobreviveriam a esta competição e seriam então eliminados (seleção natural).
Mesmo após todo seu estudo, Darwin ainda não sabia explicar a causa das modificações. Porém, o Neodarwinismo vem, justamente, para preencher a “lacuna” que Charles Darwin não pode preencher e, assim, a Teoria Evolucionista fica completa.
O Neodarwinismo é o resultado de uma combinação da seleção natural darwinista com a Genética. Segundo o Neodarwinismo, a origem fundamental das variações genéticas são as mutações. O biólogo neerlandês Hugo de Vries foi um dos nomes mais notáveis dessa nova teoria. Estudadas as transformações que ocorrem numa espécie vegetal, chamada Oenothera lamarckiana, de Vries verificou que essa planta tem grande capacidade de originar formas novas, estáveis e diferentes das ancestrais. Para as variações bruscas e hereditárias que ocorrem numa determinada espécie, causadas por modificações no patrimônio genético, foi dado o nome de mutação.
Existem fatores que promovem a evolução, alterando as freqüências gênicas nas populações de geração em geração, são chamados, comumente, fatores evolutivos:
- Mutações
- Seleção natural
- Migrações
- Isolamento geográfico e reprodutivo
- Recombinação gênica
- Oscilação genética ou Deriva genética
Por hoje, ficamos por aqui. Mas você pode incrementar seu conhecimento, pesquisando na internet (veja abaixo Sites Interessantes), lendo livros ou revistas, etc. Em algumas revistarias, o livro de Charles Darwin mencionado no texto é vendido em três volumes (Tomo I, II e III) num precinho bem acessível. Abaixo, coloquei para vocês, uma imagem de uma árvore filogenética que demonstra com clareza a origem e evolução das espécies. Aproveitem e estudem!
Sintam-se todos beijados e abraçados.
BioNotícias
Cientistas de todo o mundo estão participando de um esforço internacional para estabelecer a técnica de DNA barcoding – ou código de barras de DNA – como padrão global para a identificação de espécies biológicas.
DNA barcoding é um método que utiliza um trecho do DNA de cerca de 650 nucleotídeos como marcador para caracterizar espécies. Trata-se de uma sequência extremamente curta em relação à totalidade do genoma, que nos humanos, por exemplo, tem 3 bilhões de pares de bases.
A ordem dos nucleotídeos nesse trecho de DNA, extraído de uma sequência de pequenos fragmentos previamente padronizados de genes, é semelhante entre os indivíduos, mas divergente em relação às diferentes espécies, possibilitando a identificação.
O método, que tende a ser rápido e barato, pode identificar uma espécie a partir de uma pequena amostra de tecido. Por isso, tem aplicações potenciais que vão desde o combate à biopirataria até o controle de pragas e a investigação forense.
O objetivo final do projeto internacional é criar uma biblioteca de códigos de barra de todas as espécies de seres vivos.
Participam do simpósio cientistas envolvidos com diferentes grupos de organismos, como plantas, insetos, aves e peixes. O objetivo é mostrar como a nova ferramenta pode ser usada em cada um dos grupos e quais são as dificuldades e limites para aplicação.
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